sábado, 19 de agosto de 2006

O chamado efeito de não ter vergonha na cara

Ao cumprir o meu hábito religioso e sagrado dos fins de semana, que é comprar o jornal "Expresso" e ser o primeiro a lê-lo enquanto tomo um café, deparei com uma crónica de Manuel Serrão Nesse texto, o dito sujeito disserta sobre o facto da Caixa Geral de Depósitos, enquanto sociedade comercial bancária, patrocinar, e durante os próximos 10 anos, o novo centro de estágios do Sport Lisboa e Benfica ao referir que, e passo a citar, "Esta atitude da Caixa foi uma surpresa, mas não foi boa." Porém, começa por referir que, e passo novamente a citar, "Teoricamente um banco tem o direito de patrocinar o que quiser e quem quiser.". Ora, estas duas afirmações fizeram surgir no espírito do escritor a seguinte pergunta: Quando é que a surpresa da Caixa, enquanto sociedade comercial bancária que tem como objectivo final o lucro, seria boa? Arrisco desde já uma resposta, a oferta por parte desta entidade do centro de estágio ao FCP... Mas fico triste com esta resposta porque esta oferta já foi feita pela Câmara Muncipal de Gaia. No entanto, o que me revolta é o facto do já mencionado sujeito continuar a referir que, e passo novamente a citar, "A CGD tem todo o direito a fazer o que fez, mas tem o dever (e devia ter a inteligência...) de saber que um banco que ainda é do Estado tem outras responsabilidades.". Ora, em que é que ficamos, é uma boa política de marketing de uma sociedade comercial bancária mas como é feita a favor do Sport Lisboa e Benfica já não é boa? Antes da CGD ter de assumir as responsabilidades que o referido sujeito refere na sua crónica, sem no entanto as precisar, o que me revolta é o facto de não mencionar que a Câmara Municipal de Gaia, enquanto órgão do município o qual pertence à administração local autárquica, ter oferecido um centro de estágios devidamente equipado ao FCP à custa dos impostos que todos nós, mais ou menos facilmente pagamos ao Estado, entidade abstracta esta que não é mais do que a soma de todos os cidadãos portugueses. Relativamente a este aspecto, a crónica não nos desvenda a opinião do seu escritor. Porém, podemos sempre adivinhar qual seria a resposta... Ah e tal... isso não interessa... Primeira resposta possível, e até ao momento única, se bem que considero que seja mesmo a única.

1 Comments:

At 14:39, Anonymous Anónimo said...

Pois... Fosse a CGD um banco privado e patrocinava quem quisesse e bem entendesse. Agora quando toca ao dinheiro de todos nós a história é um pouco diferente.
Mas parece que a CGD é como a pescada, "antes de o ser, já o era". Pelos vencimentos e regalias que os funcionários da CGD têm, poucas diferenças haverá relativamente a um banco privado. Se ninguém se choca com isto, que autoridade moral terão para criticar o patrocínio em questão?
E dizem as más línguas que não faltará muito para a privatização da CGD...

 

Enviar um comentário

<< Home