sexta-feira, 22 de setembro de 2006

E as críticas ao novo Procurador não demoraram nem 4 dias...

Com o post imediatamente anterior relativo à nomeação do novo Procurador Geral da República até parecia que adivinhava. Assim, hoje surgiu a primeira notícia dando conta das primeiras críticas relativas à nomeação do novo Procurador, as quais foram feitas pelo Juiz Conselheiro Santos Bernardino, vice-presidente do Conselho Superior de Magistratura. É por ele afirmado o seguinte: "Não estou particularmente eufórico ou entusiasmado com a nomeação do conselheiro Pinto Monteiro. Receio mesmo que o relacionamento institucional entre os dois órgãos, que sempre foi excelente e pautado pelo respeito mútuo, durante o mandato do dr. Souto Moura, se deteriore.". Porém, o referido Conselheiro afirma ainda que estas críticas se devem apenas ao facto de o Conselheiro Pinto Monteiro ter tecido "(...) consideráveis e infelizes críticas ao Conselho Superior da Magistratura, em termos até ofensivos para os seus elementos. Tal situação não augura nada de bom para o relacionamento entre os dois órgãos". Ou seja, ainda nem o novo Procurador foi nomeado pelo Presidente da República já é criticado pelos seus pares. Ou eu me engano muito, ou então o Procurador será como a pescada, antes de ser já o era... De qualquer modo, tenho de louvar a atitude do Conselheiro Santos Bernardino. Pelo menos, teve a honestidade, a lealdade e a decência de o criticar ab initio, e não ter seguido o rebanho de todos aqueles que fizeram comentários ridículos e hipócritas desejando-lhe felicidades para o exercício do seu cargo, sendo que, e ao mesmo tempo, já estavam a tirar as facas dos armários para serem afiadas para, e posteriormente, serem utilizadas como armas contra o Procurador, e, como qualquer cobarde fará, espetá-las nas costas. Paralelamente, tenho de referir que, e no post de ontem, me enganei na análise. Ou melhor, fui ingénuo na ánalise da situação global. Assim, não serão apenas certas facções de magistrados do Ministério Público descontentes com a nomeação de um Juiz Conselheiro como Procurador Geral da República, mas também os seus próprios pares. Isto significa que o novo Procurador terá a vida bastante dificultada uma vez que terá, não só de organizar a sua própria casa, e se calhar organizar a casa dos outros, como também de se defender dos ataques externos que já começaram a ser-lhe feitos. Deste modo, é bastante simples concluir que o seu mandato não será nada fácil, será bastante atribulado e com muitos acidentes de percurso. E como se isto não fosse suficiente, o muito pouco tempo que lhe restará depois combater os ataques internos e externos que lhe são e serão dirigidos de forma muito intensa, será aplicado na investigação e na direcção dos inquéritos. Assim, como é que querem que a Justiça Portuguesa resolva os seus problemas quando as comadres nem sequer se entendem em questões de importância diminuta e insignificante. Deste modo, não se queixem pelo facto da nossa Justiça andar pelas ruas da amargura e sofrer dos mesmos problemas de sempre.

1 Comments:

At 15:43, Blogger Rafeiro Perfumado said...

A conclusão para toda esta embrulhada podia ser feita com o recurso a uma palavrinha apenas. Mas como respeito o autor deste blog, vou confiar na vossa imaginação para saberem qual é!

 

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