terça-feira, 19 de junho de 2007

O meu País...





O meu País é uma simples ocidental praia lusitana, da qual saíram as armas e os barões assinalados que passaram além de Taprobana, por mares nunca dantes navegados, em perigos e guerras esforçados, mais do que prometia a força humana.

É um País que deu novos mundos ao mundo, que o descobriu e o voltou a descobrir. Aliás, descobre-o de novo cada vez que o sol, vindo de nascente, se levanta, com um vigor renovado e como se fosse a primeira vez que nos brindava com a sua luz...

É um País que, e quando Deus quis e o homem sonhou, a obra nasceu. Fez-se grande, conheceu-se e conhece-se a si próprio e deu-se a conhecer aos outros. Foi construído à custa de sangue derramado, de muito suor e de muitas lágrimas que tornaram o mar que o banha azul, tão azul como o céu, que o céu e o mar são sentimentos portugueses...

O meu País tem um povo cujo rosto carrega a humildade presente, a melancolia secular, a valentia milenar e a saudade intemporal. Tudo vindo de tempos imemoriais, desde que lutou contra tudo e contra todos, com raiva e com muita dor, no entanto com muita determinação, para se tornar numa verdadeira nação.

O povo do meu País é um povo saudoso, vive o presente, mas é obcecado com um passado saudoso e que não volta nunca mais, mas receoso, muito receoso, do seu futuro. No entanto, o futuro a Deus pertence, e nós somos todos filhos de Deus, portanto só pode ser risonho e brilhante...

O meu País tem uma língua linda, melosa e romântica. Cantada, falada, escrita e glosada nos quatro cantos da nossa Terra, perante tudo e perante todos. É o nosso património mais importante, a par do nosso povo e da nossa Nação.

É uma língua que, e quando falada com a doçura que só nós sabemos, enfeitiça tudo e todos. Deixa todos os outros com um sorriso doce, mas enganador, nos lábios. Um sorriso de saudade.

Onde quer que vamos, e quando nos afastamos do nosso País, sentimos sempre esse sentimento tão genuíno e tão exclusivo do ser português: a saudade. Mas quando regressamos, ou quando estamos junto dos nossos, na sua diáspora eterna, sentimo-nos sempre em casa. Aliás, a nossa casa não é só nosso país, é todo e qualquer português que esteja espalhado no mundo, seja no calor mais tórrido ou no frio mais glaciar, o coração de cada português, carregado de melancolia e de saudade, é a nossa casa.

E aí, sei que cheguei ao meu País.

3 Comments:

At 14:56, Anonymous Anónimo said...

Fiquei, sem qualquer dúvida, "agradavelmente surpreendida" :)

Beijos

 
At 16:10, Anonymous Anónimo said...

Este é, sem dúvida alguma, o texto mais bonito que já li escrito por ti.

E eu que julgava que jamais voltaria a surpreender-me contigo.

Bjs

 
At 19:25, Blogger leao.xxi said...

Sondagem no meu blog!!!!!
Abraço

 

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