domingo, 17 de junho de 2007

Uma análise ao estado das coisas...

Este ano celebrou-se o 33º aniversário de uma revolução levada a cabo por alguns militares descontentes com o estado das coisas, nomeadamente com a guerra colonial e o com o facto de já não ser possível uma solução militar para a mesma, para a substituição do regime político então vigente por um regime democrático.

Ora, será que, e passados esses anos todos, estamos melhor ou pior do que antigamente?

Relembremos um passado não muito longínquo. Arrastava-se há já 14 anos uma guerra colonial nas nossas antigas possessões ultramarinas. Apenas na frente de Moçambique poderia haver uma solução militar, sendo que, e nas restantes frentes activas (Angola e Guiné), não havia qualquer solução militar.

Vigorava um regime político marcado por uma forte repressão policial, seja através da PIDE/DGS ou através de outras forças policiais, por um forte controlo do Estado na vida do país, ao nível financeiro, económico, social e político.

Todavia, a revolução levada a cabo em Abril de 1974 não teve por apenas objectivo estas situações. Mas simplesmente o facto de existirem discrepâncias nas carreiras entre os oficiais formados na Academia Militar e os oficiais milicianos, e que prejudicavam aqueles, e secundariamente os já referidos motivos.

Ora, e actualmente, será que estamos melhor? Estamos integrados na União Europeia desde 1986, somos membro de pleno direito da ONU, integramos o clube fundador do Euro, temos acesso à informação que vêm dos outros países sem ser "filtrada" por uma entidade estatal, entre outras situações.

Mas será que estamos assim tão bem????

Vejamos o caso da alegada ofensa proferida contra o Primeiro Ministro. Ao que parece houve uma pessoa que, e alegadamente, terá proferido algumas palavras menos próprias e foi denunciado por um bufo, um chibo, o que é que lhe queiram chamar, à Directora da DREN.

Esta não satisfeita com isto instaurou ao Professor um processo disciplinar.

Porém, ela não contava que descobrissem os seus, e volto a repetir alegados, telhados de vidro. Ao que parece, e fazendo fé nas notícias dos últimos dias, ela própria terá também, e alegadamente, proferido palavras menos simpáticas contra o Primeiro Ministro, no que diz respeito à sua licenciatura, assim como alegadamente terá proferido palavras menos próprias contra um sacerdote, que, e por mero acaso, é Presidente de um Município da Região Norte.

Entretanto, e recentemente foram dados ecos de mais uma situação que revela a mais que provável existência de bufos e de chibos.

Se isto tivesse sucedido durante o Estado Novo, não me surpreenderia. Era como as coisas funcionavam. Agora, e num Estado de Direito Democrático como o nosso, faz-me muita confusão a forma como estas situações ocorrem.

Será que, e num passado muito recente, mudamos de regime político e não nos demos conta? Será que mudamos para um regime que beneficia e louva os chibos, os bufos e os invejosos, ao invés de premiar todos aqueles que fazem este país andar para a frente e recuperar de um atraso de décadas?

Já agora, onde andam todos aqueles que, e volta e meia, dizem muito orgulhosamente que foram combatentes activos contra o fascismo? Será que estas duas situações, isto sem contar com aquelas que não chegam ao conhecimento público, não merecem o repúdio daqueles, já sem contar com o nosso?

Para finalizar, expresso uma opinião muito pessoal. Se querem alterar o regime ora vigente, então avisem-nos e já sabemos com o que contamos. Sempre é melhor do que o fazerem nas nossas costas e pelo menos já sabemos como nos havemos de comportar de hoje em diante, quais são as regras que devemos seguir...

1 Comments:

At 15:07, Blogger Vladimir said...

claro que algumas coisas estão melhores, outras estão piores, mas penso que o balanço global é bastante positivo...faltou foi dinâmica em favor do interesse geral em dado momento, porque se pensou demasiado nos interesses pessoais, nas quintinhas, nas capelinhas....

 

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