domingo, 13 de abril de 2008

A política dos tempos modernos - A História repete-se

Desde há já algum tempo que venho prestado alguma atenção aos debates do Governo, e mais agora com a alteração ao modo e à forma como eles se processam actualmente.

Um dos motivos pelos quais o Regimento da Assembleia da República, mais concretamente a forma como o debate com o Governo se processa, foi alterado foi para garantir mais vivacidade e intensidade.

Pois bem, este objectivo foi conseguido na sua plenitude. A discussão de temas com pouco ou nenhum interesse, as discussões vazias de conteúdo, os insultos mais ou menos velados trocados entre os parlamentares e também com o Governo, as perguntas não respondidas, as perguntas com interesse que não são feitas, enfim um conjunto de situações que fazem com que um debate que até poderia ter muito interesse, não prenda a atenção das pessoas.

Por exemplo, o último debate teve como tema a política de energia, com especial incidência nas renováveis. Porém, quase nada foi debatido sobre esse tema. Mas a cereja no topo do bolo foi a pergunta efectuada pelo Deputado Alberto Martins, líder parlamentar da bancada do PS. Após uma introdução de quase 5 minutos questionou directamente o Governo, na pessoa do Primeiro-Ministro, sobre quais as medidas adoptadas pelo Governo no âmbito do Plano Nacional de Eficiência Energética.

Pois bem. O Primeiro Ministro preferiu utilizar o tempo de que dispunha para defender a honra do Jorge Coelho, recentemente nomeado para CEO da Mota Engil, como se este senhor precisasse que outrem o defendesse. Assim de repente vêm-me à cabeça a célebre frase: "Quem se mete com o PS, leva".

Ver a política portuguesa dos tempos actuais só me faz acreditar na doutrina defendida por Hegel, a repetição da História. porque a forma como se faz política hoje em dia é igual à forma como se fazia nos idos tempos da Primeira República. Insultos e mais insultos, discussões vazias de conteúdo, enfim em tudo idêntico.

Agora já sabem o resto da história, o que sucedeu ao descalabro e à pouca-vergonha da Primeira República foi o Estado Novo. Agora, e quanto a este aspecto, não quero que a História se repita, mas estou a ver que não haverá solução

1 Comments:

At 21:28, Blogger Maria said...

O teu post é pertinente, mas a verdade é que, acima de tudo, há falta de informação. A atenção das pessoas não se prende neste tipo de debates porque essas mesmas pessoas desconhecem, a larga maioria das vezes, que existe um Regimento da Assembleia da República. E as que conhecem da sua existência questionam-se a si mesmas "O que é que eu tenho a ver com isso?".

A verdade é que vivemos num país sem consciência política, onde todos criticam e muito poucos são os que oferecem soluções.

Alernativas ao poder vigente??? Lamento, mas não as consigo vislumbrar no horizonte da oposição.

Em direito aprendemos que existe o Estado de Sítio e o Estado de Emergência. A estes dois podemos acrescentar um terceiro - o Estado A Que Isto Chegou!!! E mais não digo...

Bjs

 

Enviar um comentário

<< Home