terça-feira, 10 de outubro de 2006

O regresso da viagem de férias




Após 30 horas de viagens, aviões e aeroportos regressei novamente a este cantinho à beira mar plantado que é Portugal. Foi uma semana excelente nas Maldivas, muito propícia ao descanso, ao sossego, à leitura, à praia, ao sol e à cerveja. Abro já um parêntesis para recomendar a leitura do romance "A Lenda de Martim Rego", de Pedro Canais. É claro que venho de lá com uma cor bronzeada extremamente saudável, e não como capitão lagosta como muitos pensariam que eu viria. É claro que esta corzinha teve o seu custo inicial. Um ameaço de capitão lagosta nos primeiros dias, mas com o auxílio do creme protector e do creme nivea tudo se resolveu a meu favor. Como é óbvio, caiu-me alguma pele da cara e também das orelhas. Mas com esta pequena introdução, vou-vos relatar a minha viagem ao paraíso e o regresso ao purgatório. Tenho de vos confessar que, e no que respeita a aviões, tudo o que de mal possa acontecer, me vai acontecer. É a famosa Lei de Murphy aplicada à minha pessoa. À saída de Lisboa correu tudo às mil maravilhas, o check in feito com rapidez, as compras dos bens essenciais feita na Free Shop, o embarque no avião. No decorrer da viagem, correu tudo bem, excepto uns pequenos gritos de pessoas mal humoradas e stressadas para ir à casa de banho. Porém, à chegada ao aeroporto de Heathrow os pilotos da TAP devem pensar que os aviões que todos nós pagámos são tijolos com asas e não máquinas extremamente sensíveis e delicadas. Por isso, e ao aterrar, toca atirar o avião contra o chão, de modo a sentirmos com violência a aterragem, e andar com o corpo a andar de um lado para o outro em consequência dos ziguezagues que demos pela pista fora. Já agora alguém que me explique uma coisa. Porquê é que são servidas aos passageiros e depois estes tem a sensação que são os pilotos que as bebem todas? Será o síndrome do condutor português levado para a atmosfera? Fico à espera dos vossos comentários quanto a esta minha observação. Já em Londres, fui tratar do passo seguinte da viagem. A obtenção do cartão de embarque para as Maldivas. Já com ele na mão, fui dar uma volta pelo Free Shop do aeroporto de Heathrow. É claro que com preços proibitivos, não comprei mais nada. Restou-me apenas esperar pela partida do avião. A viagem para Malé correu muito bem com apenas 60 ou 70 pessoas num avião que deve ter capacidade para cerca de 300. Logo, espaço não me faltou. À chegada a Malé, e apesar de estar completamente estourado da viagem, fui brindado com uma excelente recepção por parte do tempo das Maldivas. Muito calor e muita humidade, ao ponto de ter atingido o meu limite da minha resistência física e mental. Porém, nada me tinha preparado para a parte final da minha viagem. Uma viagem de speed boat do aeroporto para o hotel que iria servir de casa durante a semana seguinte. Para terem uma ideia, imaginem um barco que não devia ter mais do que 10 metros de comprido e equipado com 2 motores de 200 hp de potência cada um. Seria mais ou menos o equivalente a um fiat 127 totalmente transformado por um artista do tunning, sem esquecer o tudo de escape de rendimento REMUS. Ou seja, be afraid, be very afraid! Quanto ao tripulação, fiquei com toda a certeza que deveriam ter genes de portugueses em algum momento da sua árvore genelógica. Senão vejamos, conduzem o barco com apena uma mão, sendo que a outra é para falar ao telemóvel e ter o braço apoiado na janela. Será que esta imagem não vos pareçe assustadormente parecida com o que vemos diariamente nas nossas estradas? Chegado ao hotel, tive todo o tempo do mundo para conhecer a ilha e ver no que me tinha metido. É claro que mal chegado o quarto só tive tempo de vestir os meus calções de banho, agarrar na toalha e correr três metros na direcção do mar, com uma água transparente e quente. Simplesmente maravilhosa e fantástica. Nos dias seguintes, fui-me tornado amigos de todos os barmens do hotel. É claro que não havia mais nada do que fazer senão estar na praia, comer, dormir, fazer snorkling, tomar banho, apanhar sol, ler, conversar com as pessoas. Abro um parêntesis para enviar cumprimento ao Dominic e à namorada, assim como também ao Kevin e à Maggie. No último dia da minha estadia no hotel, voltei no mesmo barco para o aeroporto. Porém, a viagem foi bastante mais arriscada uma vez que foi feita à noite. Mas, lá cheguei são e salvo ao aeroporto. Assim, iniciei a minha odisseia de regresso a Portugal. Quanto ao aeroporto de Malé, apenas pude entrar no mesmo, e beneficiar das tão agradáveis vantagens do ar condicionado, quando foram abertos os balcões para o meu check in. Enquanto não abriram, tive de estar 1 hora à espera num tempo húmido. Já no seu interior, pude fazer o meu check in com toda a calma. Após estar na posse do meu cartão de embarque, fui para a sala de espera e fui dar uma vista de olhos pelo Free Shop. Após uma breve vista de olhos, vejo uma loja que vendia Playstations II e jogos. Porém, o preço da mesma custava USD 500$00. Será que alguém pode explicar aquelas almas que já se pode comprar este aparelho por apenas 150,00 Euros e que vai sair a nova geração no próximo Natal??? Outro aspecto de realce, é a sala para fumadores no aeroporto. É claro que quem queria ir fumar um cigarro não podia porque a sala estava constantemente cheia de fumo por causa dos inúmeros cigarros que os maldivianos e afins fumavam incessamente, assim como da ventilação praticamente inexistente. Já no avião com destino a Colombo, no Sri Lanka, dou conta que entra um grupo de portugueses tinham estado nas Maldivas a fazer surf. É claro que não pude conter a minha alegria por encontrar portugueses, sendo que, e no entanto, mantive a minha descrição. Quando chegados ao aeroporto de Colombo, só aí revelei a minha condição de português sendo que eles ficaram verdadeiramente espantados pelo facto de alguém ter decidido ir sozinho para as Maldivas. No avião com destino a Londres, e já com algumas horas de viagem, fui acometido de uma pequeno ataque de strees e de impaciência, uma vez que já estava há cerca de 18 ou 20 horas em viagem e já estava a ficar verdadeiramente farto de estar em aviões e em aeroportos, e ainda faltava a viagem de regresso a Lisboa. Após aterrar em Londres fiquei com eles, tendo podia disfrutar da sua boa disposição e alegria. É claro que essa estadia irá ficar marcada por um aspecto. Qual é o português que vai para o estrangeiro e não diz palavrões ou manda piropos em português? Pois bem, foi isso que sucedeu. Um dos elementos do grupo mandou um piropo como deve ser e em bom português quando se está no estrangeiro a uma rapariga que passava junto a nós. Porém, essa rapariga que passava era portuguesa não tendo esboçado qualquer reacção, excepto um pequeno sorriso ao que tinha ouvido. No entanto, e como devem imaginar todos nós ficamos envergonhados pelo facto dela ter percebido, mas já não havia nada a fazer. Como podem imaginar, ela regressou connosco no avião para Lisboa. Já agora, uma última palavra para a viagem de regresso. A viagem correu muito bem, a não ser, e novamente, a impaciência pelo simples facto de já estar há mais de 1 dia em aviões e em aeroportos e ainda não ter chegado a Lisboa. Mas fora esse pequeno aspecto, correu tudo muito bem excepto o facto de, e novamente, o piloto da TAP ter confundido o avião com um tijolo com asas em virtude da dureza da aterragem no aeroporto de Lisboa. Agora, e olhado para trás, recomendo vivamente uma ida às Maldivas, quanto mais não seja pelo facto de ser um local paradisíaco e que dentro de alguns anos pode já ter desaparecido em consequência do aquecimento global. E se não tiverem companhia, isso não é desculpa. Fui sozinho e completamente à aventura e regressei a Portugal com novo alento. Portanto, vão e divirtam-se. Entretanto, as fotos representam o pôr do sol que via diariamente a tomar banho nas águas das Maldivas. É só uma pequena amostra do que vos espera...

5 Comments:

At 09:31, Anonymous Anónimo said...

Bem-vindo à triste realidade!!!
Fico contente por saber que correu tudo bem e que valeu mesmo a pena partir para uma aventura destas... sozinho!
Pois, de facto quanto aos nossos pilotos e respectivas aterragens...nada mais a dizer... são loucos!
Eu agora quero é ver mais fotos desse belo PARAÍSO!
Bjinhos***

 
At 10:34, Blogger Sandra Figueiras said...

Olá!
Ainda bem que gostas-te do livro, eu tb achei o máximo e tive tanta pena do Martim no final, bem que podia ficar durante uns tempos com o amor da sua vida.
Pelos vistos as tuas férias foram optimas, também num lugar daqueles. Quanto ao ir sozinho eu não era capaz, quando estive da república dominicana conheci uma moça portuguesa que também tinha ido sozinha, ela disse que só aguentou porque nos tinha conhecido (acabamos por formar um grupo de 13 pessoas, foi muito divertido).
Não te podes queixar muito da viagem, porque qualquer ida ao paraiso tem as suas dificuldades.

 
At 11:33, Anonymous Anónimo said...

Bem, isso é que foram aventuras nos aviões e nos aeroportos! :-) Agora isso de mandarem pirops às meninas que passavam é mesmo à Português, não há hipótese!

Realmente, a vista retratada nas fotografias é lindíssima! Dá para perceber que aquele lugar deve ser um verdadeiro paraíso na terra! Mais fotografias para quando? Cá fico à espera de as ver! ;-)

Fico contente que tenha corrido tudo bem e que tenhas regressado com esse novo alento e com as baterias carregadas!

Beijinho

 
At 21:06, Blogger Rafeiro Perfumado said...

Sejas muito bem vindo, Pedro. Quanto às peripécias da aterragem, calhou-te um comandante canguru, um daqueles que é baixinho e tenta com a aterragem violenta diminuir entre 2 a 3 cm aos passageiros.

 
At 23:54, Anonymous Anónimo said...

Belo sítio, sim senhor!
E pelo que li, as férias foram a condizer :-)
Cumprimentos

 

Enviar um comentário

<< Home