quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

O referendo e a campanha




Quando falta menos de um mês para a realização do referendo relativo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, eis que tivemos mais um excelente momento ridículo na política nacional. A fazer fé na notícia publicada hoje, no Diário de Notícias, o Bloco de Esquerda está chocado com o facto de um dos movimentos defensores do não, a Plataforma Não Obrigada, ter apresentado à Comissão Nacional de Eleições um orçamento de campanha a rondar os 427 mil euros, quando aquele partido vai gastar "apenas" 133 mil euros pela defesa do sim. Ora, e já agora quem puder e quem quiser, que me explique qual é o problema daquele movimento de cidadãos apresentar um orçamento daquele montante? Será que aquele pseudo-partido político está com inveja de gastar "apenas" 133 mil euros do dinheiro que recebe de todos nós através do Orçamento de Estado?

Ou então, e das duas uma. Ou já tem uma indicação de como irá ser o resultado do referendo e estas afirmações servem para distrair a pouca opinião pública verdadeiramente interessada no referendo ou então trata-se de uma manobra mesquinha e de baixa política para marcar uma posição. Assim, e se se deixassem de discutir dinheiros e coisas secundárias, e nos apresentassem de forma consciente, avisada, prudente e informada, quais os motivos porque devemos votar ou "sim" ou "não", bem como porque não nos devemos abster no referendo, isso é que seria um grande serviço à sociedade em geral, e aos cidadãos eleitores em particular. Mas isso é pedir demais a políticos pseudo-iluminados...

2 Comments:

At 13:18, Blogger Rafeiro Perfumado said...

Uma reacção dessas atira para terceiro ou quarto plano a questão do referendo. Acho que na defesa de ideias não interessa o dinheiro gasto mas as ideias em si. E atenção, isto vale para os dois lados!

 
At 20:42, Blogger Márisa said...

Passei para deixar um beijinho e desejar um bom fim de semana.

 

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