segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Um regresso ao passado?

Hoje, e enquanto realizava o meu "passatempo" anual de corte e colagem (leia-se, actualizar a minha legislação fiscal com o Orçamento de Estado para 2007 e amaldiçoar todos aqueles que fazem leis em catadupa), vi uma reportagem na SIC Notícias relativamente à eleição das 7 Maravilhas de Portugal. Até aqui tudo bem. Porém, existem dois problemas. O primeiro é o facto do Comissário Nacional desse "programa propagandístico" ser o Professor Diogo Freitas do Amaral, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros do presente Governo. Será que este senhor não se sabe dedicar apenas à sua Faculdade de Direito que lhe foi "gentilmente" oferecida por todos nós, após ter saído da Presidência da Mesa da Assembleia Geral da ONU? Ou a sua sede de protagonismo é assim tão grande que não recusa qualquer oportunidade para se mostrar perante a sociedade portuguesa? Ou então, já está totalmente recuperado da sua operação às costas e pretende continuar a mostrar-se útil, qual vassalo da Idade Média, ao actual Governo? Podem dizer que estarei a ser bastante duro com o senhor, porém é a minha opinião. Mas já agora, não existem outras pessoas em Portugal tão ou ainda mais competentes que o Comissário Nacional para desempenhar esse cargo? Já agora, que tal o Arqueólogo Cláudio Torres ou Professores Veríssimo Serrão ou José Hermano Saraiva? Pelo menos, são da área Histórica... No entanto, o segundo problema prende-se com o facto de, e durante o Estado Novo, a propaganda ter concebido um concurso semelhante para eleger a aldeia mais portuguesa de Portugal. Ora, esse prémio foi ganho pela aldeia de Monsanto, sendo que uma réplica do galo de prata que simboliza essa distinção está no topo da Torre de Lucano. Pois bem, e ao chegarem aqui os fiéis leitores deste blog perguntam o que é que uma coisa tem a ver com a outra. E eu respondo que tem tudo a ver. Ora, esta eleição, e por mais bem intencionada que seja, é mais uma das manobras propagandísticas deste Governo, e que se destina a iludir, mais uma vez, todos nós. Ora, critica-se tudo o que foi feito durante 48 anos de Ditadura em Portugal, ao ponto de quase se apagar esse período da nossa História Contemporânea, mas resgatam-se todas as práticas propagandísticas levadas a cabo durante esse período. Agora, fica uma pergunta no ar. Quem é o António Ferro deste Governo que desempenha cabalmente essa função propagandística? Aceitam-se sugestões... Entretanto, quem é que diz que a História não se repete?

4 Comments:

At 11:02, Blogger Joana said...

Vamos votar na nossa igreja? Afinal quantas igrejas existem em Portugal tão parecidas com uma praça de touros?!

 
At 11:28, Blogger Rafeiro Perfumado said...

Do Diogo Freitas do Amaral recordo-me de em tempos andar a fazer férias dos deputados do CDS para poder atingir os 8 anos como deputado e assim garantir a reforma. Depois disto, nunca mais quis saber desse palhaço...

 
At 12:13, Blogger Pedro said...

Joaninha,

Com muita pena a nossa igreja não está nos finalistas, mas podiam ter posto outros monumentos, não só nos nomeados como também nos finalistas.

Bjs

 
At 12:19, Blogger Pedro said...

Rafeiro,

Bons olhos te vejam...

Entretanto, e depois da "brilhante" crónica na Revista "Visão" em que ofereceu o seu voto e a sua capacidade de persuasão sobre uma grande parte da sociedade portuguesa para votar no Sócrates, em troca de um lugar no Governo, já nada me espanta desse senhor...

Só falta ver porcos a andar de bicicleta, mas acho que já falta pouco...

Abraços

 

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