quinta-feira, 5 de julho de 2007

O verdadeiro produto original

Numa inúmeras conversas sobre o que fazer se fossemos brindados com um super jackpot do euromilhões ou com o El Gordo, seja viajar ou viver dos rendimentos, alguém se lembrou de dizer que inventaria um produto original para ser comercializado a nível mundial.

Assim, a conversa seguiu esse rumo. Então, passou-se a discutir qual tinha sido o produto mais original que já tinha sido inventado até hoje. Falou-se desde água engarrafada, os post-it, as capinhas de plástico para os atacadores, entre muitos outros produtos, até que se chegou a um verdadeiramente original que muitos de nós sentem, mas não o vêem como tal.

Falou-se da fé e da sua ligação com a religião, seja ela qual for. Independentemente das nossas convicções religiosas, a fé é o maior produto já inventado ou criado. Toda nós a temos e a sentimos.

Se querer ser insultuoso ou desrespeitador para alguém com este assunto, concordo inteiramente com esta visão da fé. Senão vejamos.

Como já referi, todos nós a temos ou a sentimos e quando estamos mais sensíveis suplicamos ou dirigimos as nossas preces a algo ou alguém, que pode ser Deus, Jesus, Nossa Senhora de Fátima, Maomé, Alá, Buda ou qualquer outro ente supremo, que está associado a uma determinada religião, forma de estar na vida ou simplesmente é a nossa simples forma de nos posicionarmos na vida, não só para nós próprios mas também perante os outros.

É um produto que, e por existir desde sempre, não precisa de qualquer plano promocional ou de marketing. Existe, sente-se, transacciona-se, vende-se.

Como tal, é o produto mais original já alguma vez criado.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Um ensaio sobre as novas camisolas








No passado dia 2 de Julho todos nós testemunhamos uma das maiores operações de marketing que alguma vez vimos no nosso país. A apresentação do novo equipamento do Sport Lisboa e Benfica para a nova época de futebol.


Seria mais uma nova apresentação, caso não fosse um pormenor. As camisolas do segundo equipamento serem cor-de-rosa. Um pormenor aparentemente insignificante, mas que irá fazer toda a diferença.

Como é do conhecimento geral, já há algum tempo que se ouvia falar da possibilidade do Benfica equipar de cor de rosa.

Confesso-vos a mim que a mim não me choca muito, mas como diz Fernando Pessoa, primeiro estranha-se e depois entranha-se...

Entretanto, e após ver as famosas camisolas, que até são bonitas e engraçadas, está claro que não compro nenhuma. Para mim, são só as encarnadas e mais nenhumas...

É curioso verificar que, e de acordo com uma notícia da Agência Financeira, o sítio na Internet do Benfica teve cerca de 250.000 visitas que assistiram em directo à apresentação das referidas camisolas.

Antes de mais, significa curiosidade e uma excelente campanha de marketing.

Mas seja com camisolas encarnadas, rosas, brancas ou de outra cor, vamos ganhar sempre!

domingo, 1 de julho de 2007

Há algo de estranho nestes casos...

Casos Fernando Charrua, Celeste Cardoso e António Caldeira. Estes foram os casos que puseram em polvorosa a sociedade portuguesa, no que diz respeito à liberdade de expressão e respectivos limites, sendo que cada um deles tem vindo a deixar a uma marca indelével.

Seja pelo facto de, e alegadamente, o primeiro ter proferido comentários jocosos sobre a pessoa da Primeiro Ministro, no que diz respeito à sua licenciatura em engenharia civil na Universidade Independente, a segunda por "(...) por não ter tomado medidas relativas à afixação naquele Centro de Saúde (de Vieira do Minho), de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo, manifestando a Dra. (...) não reunir as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde. (...)", e o terceiro por ter sido alvo de uma queixa-crime apresentada pelo Primeiro Ministro quanto ao assunto relacionado, novamente, com a sua licenciatura junto da Universidade Independente.

Ora, e por muito já ter sido escrito sobre o primeiro e o terceiro caso, debrucemo-nos sobre o segundo.

As palavras citadas constam do despacho nº 13288/2007, de 1 de Junho, publicado no Diário da República II Série, no qual é tornada pública a exoneração do cargo de Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho e quais as razões para esse facto.

Sem prejuízo de todos pensarmos que isto é uma brincadeira, o assunto é muito sério. É extremamente grave para passar despercebido.

Senão vejamos. Uma Directora foi exonerada por não ter retirado um cartaz afixado por um terceiro nas paredes do Centro de Saúde que gozava com palavras proferidas pelo Ministro da Saúde, e que tal facto não permitia que garantisse a execução das políticas definidas pelo Ministério da Saúde.

Socorrendo-se de um motivo que, e a meu ver é ridículo, exonera-se uma Directora de um Centro de Saúde que, e até poderia estar a fazer um bom trabalho.

Não se pode entender isto. Como é que alguém que não retira um cartaz pode ser considerado como inapto para desempenhar aquelas funções. Será que faz parte daquele cargo exerce funções de polícia e de vigilante? Creio que não. Será dirigir aquele Centro de Saúde, permitir que a população tenha acesso a serviços de saúde e garantir a aplicação das políticas definidas pelo Centro de Saúde.

Agora o que não se entende é que se faça isto quando temos o Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira que faz todos os tipos de comentários e afirmações sobre os mais variados assuntos, atingindo não só Órgãos de Soberania, como também os seus titulares, não sendo chamado à atenção, simplesmente por estar a ser deselegante, ou simplesmente mal educado.

Isso sim, faz-me confusão. Tento pensar quais as razões que poderão levar a ser feito nada ou não ser dito nada, mas chego sempre à mesma. Será medo? Se assim for, que se compre um cão... Sempre ouvi dizer que quem tem medo, compra um cão... e seria este a defender! Pelo menos ficaria mais barato e não morde a mão do dono que o alimenta!