quinta-feira, 31 de maio de 2007

Mais uma piada...





Esta afirmação é feita pelo presidente de um clube de futebol que teve ao seu serviço jogadores do calibre do Paulinho Santos, Jorge Costa, Secretário, José Carlos, João Pinto, entre muitos outros que fizeram inegavelmente muito pior a colegas de profissão do que o jogador do Benfica, e de forma intencional.

Julgo não ser necessário recordar o "aconchego" que o cotovelo do Paulinho Santos deu ao maxilhar do João Vieira Pinto...


O estado (actual) do regime e a sua insustentável leveza

No passada segunda-feira, dia 28 de Maio, passaram 101 anos da revolução militar que, e liderada pelo General Gomes da Costa, se iniciou em Braga e alastrou rapidamente a todo o país, dando origem a um estado ditatorial, e posteriormente ao Estado Novo, e que vigorou durante quase meio século.
Ora, e apesar de assinalada algo tardiamente, esta efeméride passaria completamente despercebida à quase totalidade das pessoas se, e actualmente, não se verificassem situações próprias de um estado ditatorial, as quais, e segundo Hegel, parece que se estão a repetir.
Falemos por exemplo do condicionamento dos jornalistas.
Antes de mais, importa fazer um esclarecimento. Julgo ser pacífico e aceite por quase todos que Portugal é um país tendencialmente de esquerda, e que não aceita posições que possam ser consideradas, ainda que por uma minoria, de direita.
Relativamente ao condicionamento dos jornalistas. Recordam-se com certeza daquilo que, e num passado muito recente, o Dr. Morais Sarmento pretendia criar: uma central de comunicação.
Sem querer analisar as virtudes e os defeitos de tal projecto, verifica-se uma coisa óbvia. Houve alguém que teve a frontalidade e a ousadia de tornar pública a ideia de criação da referida central de comunicação.
É claro que os contestatários de tal projecto se fizeram ouvir até aos fins do universo, dizendo cobras e lagartos da sua criação, que iria ferir gravemente (e quiçá de morte) a liberdade de imprensa, iria afectar a independência dos jornalistas e dos jornais, iria tornar os jornalistas subservientes do Estado, e mais um não sei quanto de defeitos associados a esse projecto.
Todavia, importa referir que há uma ideia que deve ser destacada. A frontalidade que tiveram aqueles que queriam criar essa central de comunicação ao tornarem público esse projecto.
Com a saída do Primeiro Ministro, Dr. Durão Barroso, para a Presidência da Comissão Europeia, e a posterior demissão do Dr. Pedro Santana Lopes, pensar-se-ia que este projecto não seria retomado pelo actual Governo.
Pois bem, enganam-se redondamente. Não só foi retomado, como o foi de forma secreta e quase clandestina e com uma força imparável. E o mais incrível é que os membros do governo, sejam eles ministros, ajudantes de ministro, chefes de gabinetes e assessores, entre outros, não tenham a honestidade e a hombridade de assumir o firme propósito de criar e desenvolver um projecto que tenha por objectivo a centralização da comunicação com toda a imprensa, e posterior controlo não só da informação, assim como também dos seus profissionais.
Assim, e qualquer semelhança, entre uma situação desta e o sistema propagandista desenvolvido pelas Ditaduras, como por exemplo aquele que foi criado por António Ferro ou Joseph Goebbels, é apenas pura coincidência.
Ou seja, o Governo faria melhor ao país e a todos nós se, e de uma vez por todas, assumisse publicamente que queria transformar o regime aparentemente democrático vigente, num verdadeiro regime ditatorial, com chibos e delatores, com perseguições e intrigas, e com condicionamentos. Pelo menos seria mais honesto.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Sem qualquer tipo de comentários...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

E agora, algo de diferente...



Ainda não consegui entender uma coisa. Se isto é uma piada de 1 de Abril atrasada ou já para o próximo ano.

Entretanto, caro Dr. Pedro Santana Lopes, não é Portugal que o deve desculpar, mas sim o Presidente da República de então,o Dr. Jorge Sampaio.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Os Velhos do Restelo da actualidade

Na obra épica de Luís Vaz de Camões, enquanto é descrito o momento da partida das naus comandadas por Vasco da Gama para a Índia da Torre de Belém, surge uma personagem a vociferar, a criticar e a dizer mal de tal epopeia. É o Velho do Restelo.

Pois bem, e por mais que tentemos negar, todos nós temos o Velho do Restelo em nós, sendo que alguns o têm em quantidades largamente superiores do que outros. De qualquer modo, é-nos imanente e indissociável da nossa condição de Portugueses termos e vivermos com esta personagem.

Aliás, desde sempre, embora com especial incidência no presente, é normal e habitual ver e ouvir pessoas criticarem tudo o que é feito e dito no nosso país, algumas vezes com razão e na esmagadora maioria das vezes sem qualquer razão, e sem apresentarem soluções.

Vejamos o exemplo da construção do novo aeroporto de Lisboa. Há cerca de 40 anos que se ouve falar na necessidade de uma nova instalação aeroportuária, porque a actual vai esgotar a sua capacidade a médio prazo e por razões de segurança.

Todavia, não me custa a crer que seja porque há necessidade de dar empregos a filhos, sobrinhos, enteados, há que ganhar dinheiro com os terrenos, seja com os da Portela seja com os da Ota, assim como com os inúmeros estudos, e por último pensar no interesse no País.

Toda a gente reclama, porém alguém há-de ter razão. Esperamos nós, se não algo vai mal no nosso reino...

Vejo criticar o facto das empresas estrangeiras serem criticadas por deslocalizarem as suas fábricas e outras instalações para outros países onde os custos sejam mais baixos. Só que estes custos não são apenas monetários ou financeiros, mas também de outra ordem. Por exemplo, o custo em termos mão-de-obra pouco qualificada (a mais qualificada vai-se embora), o facto dos serviços prestados pelo Estado (por exemplo, a justiça) serem de muito pouca qualidade, a função pública (salvo honrosas excepções) pretender apenas um emprego para a vida e não um trabalho.

Assim, e caso as empresas estrangeiras referissem estes problemas, eu sentir-me-ia (e sinto) extremamente envergonhado pelo facto do meu País ser assim.

De qualquer modo, e se cada um cumprisse o seu papel e trabalhasse, o nosso País seria mais desenvolvido, não só em infra-estruturas, mas também nas mentalidades

Mas, e para não ser acusado de ser um Velho do Restelo, existem aspectos e exemplos que vale a pena louvar. Seja a internacionalização da EDP nos Estados Unidos, seja o exemplo de relação entre a administração da Autoeuropa e os seus trabalhadores, o facto de inúmeras compatriotas darem cartas no estrangeiro nas mais diversas áreas, seja a medicina, desporto, artes, entre outras...

É por isso que devemos sempre criticar, e com cada vez mais insistência, mas, e ao contrário do Velho do Restelo, apresentar sempre soluções para melhorar o que está mal e louvar o que é bom.

A propósito disso, aconselho vivamente a leitura deste texto.

terça-feira, 22 de maio de 2007

As etapas da vida



Desde o instante inicial da nossa vida até ao nosso último suspiro, a nossa vida é marcada por uma sequência, mais ou menos acertada, de opções, de decisões, de tomadas de posição, assim como de abertura e fecho de etapas, e isso seja relativamente a nós próprios, como também relativamente a todos os outros que nos rodeiam, sejam eles conhecidos ou não.

Julgo ser pacífico que, e apesar de todos os nossos esforços, é humanamente impossível manter junto de nós todos aqueles que nos marcaram de forma indelével, seja porque fazemos opções diferentes de vida ou seguimos caminhos diferentes ou ainda porque temos pontos de vista antagónicos para a mesma questão, ou então ainda porque fomos atraiçoados de qualquer forma.

Com isto não pretendo dizer que sou má pessoa nem que os outros são más pessoas. Fomos, somos e seremos importantes uns para os outros, mas tudo com conta, peso e medida.

Todavia, e usando uma expressão de calão, "não papo grupos" das pessoas. Apenas o farei quando for absolutamente necessário e as circunstâncias o exigirem.

Isto para dizer que a pior coisa que me podem fazer é trair, e englobo aqui qualquer tipo de traição, assim como abusar da minha confiança, da minha paciência e, principalmente, da minha amizade.

Como não se pode dizer que desta água não beberei, é claro que já na minha longa curta vida já sofri dissabores destes. Todavia, dei a volta por cima tomando as medidas necessárias a cada caso, ainda que tenham sido demasiado drásticas naquele momento.

Ora, e como o tempo cura tudo, já recuperei amizades, mas outras não.

Agora, o que me custa é ser traído por pessoas que, e conhecendo há demasiado tempo, fazem ou se permitem ter certo tipo de comportamentos desagradáveis, seja comigo ou com outras pessoas de quem gosto como irmãos, sendo que há outras que conheço há menos tempo e que iria com elas até ao fim do mundo.

Portanto, e para concluir, a amizade é algo muito importante para mim e que não se reflecte apenas na quantidade de vezes que nos encontramos para beber cerveja no Bairro Alto ou na casa de cada um, ou nas viagens que organizamos para outros, mas nas palavras ou os silêncios que se dizem no momento certo, as acções ou omissões que se praticam, enfim o respeitar o próximo.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

As verdades da mentira...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Se a moda pega...


Ao contrário do que é costume nas campanhas eleitorais em Portugal, em que são oferecidos sacos de plástico, aventais, canetas, isqueiros e, em última análise, electrodomésticos, entre outras coisas, uma candidata ao Senado belga decidiu prometer aos eleitores que lhes faria sexo oral, ao invés de lhes prometer empregos.

Se a moda pega em Portugal, imagine-se os candidatos a terem de cumprir essa promessa ou não... Basta deixar a imaginação funcionar...

Pelo menos já não se podiam queixar da abstenção...

terça-feira, 15 de maio de 2007

Vira o disco e toca o mesmo...


Com a saída do Eng. Carmona da Presidência da Câmara Municipal de Lisboa Rodrigues (sim, este sim, não só é engenheiro como é professor no Instituto Superior Técnico), e a consequente marcação de eleições intercalares pelo Governo Civil de Lisboa para o próximo dia 1 de Julho, os partidos políticos, esses parasitas da nossa sociedade, afadigam-se na procura do "cavalo vencedor" ou de uma "pileca derrotada" (leia-se o candidato vencedor ou o derrotado e humilhado).

Ao que parece o PS escolheu o Dr. António Costa para candidato, o PSD o Dr. Fernando Negrão, o PCP o Dr. Rúben Carvalho, o BE o Dr. Sá Fernandes, sendo que a Bastonária da Ordem dos Arquitectos, a Arqta Helena Roseta ir-se-á apresentar a votos como a líder de um movimento independente de cidadãos.

Quanto à escolha do PS, e caso o actual Presidente da República se lembrasse do que lhe foi feito no passado pela "alma mater" do PS, não deixaria sair o actual Ministro da Administração Interna para se candidatar à CML. Com certeza, recordar-se-ão da polémica levantada pelo Dr. Mário Soares, quando este não deixou sair o Dr. Fernando Nogueira para se candidatar à liderança do PSD enquanto era Ministro da Defesa, se bem me recordo.

Quanto ao candidato do PSD, é uma quinta ou sexta escolha (e isto para ser simpático, bastante simpático).

O do PCP é uma escolha natural, assim como o do BE. Quanto ao candidato deste último partido, irá ser eleito como vereador e pouco mais... E o que me dava mais prazer era que nem sequer fosse eleito.

Assim, e propositadamente, deixei para último a Arqta Helena Roseta. Para mim, e caso votasse em Lisboa, seria a minha escolha. Parece-me ser uma pessoa com muita capacidade e ainda maior vontade para organizar as coisas dentro e fora da CML, e resolver os problemas da cidade.

Agora, qual é o objectivo destas eleições intercalares para a presidência da CML quando a Assembleia Municipal tem uma maioria de deputados afectos ao PSD? Assim como, qual é objectivo destas eleições quando o presidente eleito terá pouco menos de 2 anos para tentar compreender e resolver os problemas bicudos que pairam sobre a Câmara e sujeitar-se a novo sufrágio?

Será que se arrisca a ser o próximo gordo de colete e a sair com a jovem de azul????

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Mais uma grande festa

Neste fim de semana fui a Évora para assistir a um casamento de uma grande Amiga. Como é obvio, e quando nos juntamos todos, tal encontro, assim como todos os outros, é sinónimo de grande festa, a qual se prolonga pelo dia seguinte.

Quanto ao casamento, excelente, assim como o almoço no dia seguinte, no Escoural, no Manuel Azinheirinha. Agora, desafio-vos a dormir junto a uma igreja que, e a partir das 9h da manhã, toca as horas e as meias horas, com um calor insuportável e uma ressaca descomunal.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O dinheiro em Portugal, os caimões e nós a ver a banda passar...

Desde há muito tempo que uma pessoa só enriquecia de duas formas, ou recebia uma herança avultada ou então roubava o dinheiro. Actualmente, temos de acrescentar os sorteios semanais do Euromilhões.

Isto vem a propósito de um trabalho de investigação publicado no Jornal de Negócios de hoje sobre os negócios de Comendador Joe Berardo.

Antes de mais, importa referir que há já algum tempo que pensava dedicar um post ao Comendador Joe Berardo, mas mais concretamente sobre a benesse conferida pelo Estado Português ao conceder-lhe a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo.

Dito isto, e no referido jornal, é publicada uma crónica diária da responsabilidade de diversos jornalistas. Hoje foi da responsabilidade da Directora-Adjunta. Nesse texto, é desde logo feita uma referência ao atributo "(...) da opacidade sobre a origem da sua fortuna."

Continua a referir que "Ganhar dinheiro não é pecado. Pecado pode ser a forma como se ganha dinheiro." Direi mesmo mais, ganhar dinheiro LICITAMENTE não é pecado nenhum. Agora, ilicitamente...

Por fim, termina a crónica a referir que "Também discutível é o veículo que utiliza para o investimento em bolsa. Ao fazê-lo através da sua fundação, reconhecida como instituição de solidariedade social, Berardo tem direito a um conjunto de benefícios fiscais, nomeadamente à isenção de impostos sobre mais-valias, condicionada à sua aplicação na própria fundação. Mas como não há ninguém que fiscalize a forma como os dinheiros são aplicados, a situação configura uma espécie de paraíso fiscal.".

Como se a crónica não fosse suficiente, decorre do artigo de investigação que a CMVM – Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários está a investigar a actuação do Comendador quanto às sucessivas declarações por ele proferidas e a sua influência na cotação das acções das sociedades nas quais ele é accionista.

É conhecida a sua postura agressiva no mercado de capitais, como se fosse um raider. Aliás, e desde que respeite as suas regras de funcionamento é-me completamente irrelevante que ganhe mais-valias monumentais ou que tenha menos-valias monstruosas. O que é eticamente reprovável é o facto de, e por vezes, tal como é referido no artigo, utilizar uma das suas duas Fundações como veículo de investimento na bolsa de valores.

Paralelamente, e tal como supra referi, o Estado Português concedeu a Joe Berardo uma nova benesse que foi a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo, cujo acto instituidor os estatutos foram publicados no Diário da República no passado dia 9 de Agosto de 2006.

Para além da entrega anual, até 2017, de uma verba de 500.000 Euros pelo Minstério da Cultura para o fundo de aquisição de obras de arte, é concedido o espaço do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém para exibição da sua colecção, ou de parte dela.

Como se isso não fosse suficiente, o Estado têm um direito de preferência limitado à vontade do Comendador Joe Berardo na aquisição do património da Fundação, caso este último não aceite o preço determinado por uma entidade terceira escolhida por aquela entidade.

Já agora uma pergunta, qual foi a alminha iluminada do nosso Governo que decidiu aceitar uns estatutos nestes termos, com claro prejuízo para o erário público? Lanço uma achega é aquele que, e como a pescada, antes de ser já o era, e que só sucumbe às ameaças de pessoas mais poderosas do que ele...

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O mistério das questões colaterais

O desaparecimento da criança inglesa na Praia da Luz choca qualquer ser humano com o mínimo de sentimentos. Ora, e apesar dela ter desaparecido, importa esclarecer algumas questões relacionadas com essa situação.

Assim, a primeira está relacionada com a solidariedade, a humanidade e a decência da esmagadora maioria dos habitantes daquela localidade que, e desde o início ficaram preocupados com o desaparecimento da criança, participam nas buscas na tentativa (cada vez mais longínqua na minha opinião) de a encontrar.

Outra questão colateral está relacionada com as afirmações de um advogado sobre a eventual prática de um crime de exposição ou abandono, o qual, e apenas a título de curiosidade, é previsto e punido nos termos do disposto no artigo 138º do Código Penal, sendo que as afirmações, na minha humilde opinião, ultrapassam o politicamente mais que incorrecto.

Desde logo porque, e ainda que essas afirmações sejam proferidas por pessoas ditas comuns, já revelam uma tremenda falta de bom senso, de sensibilidade e de tacto. Agora quando são proferidas por um erudito na ciência das leis, o caso muda radicalmente de figura.

Ora, e não querendo entrar na discussão do preceito legal em causa uma vez que o Direito Penal não é, de todo, a minha área de eleição, permitam-me referir uma lição que aprendi numa das primeiras aulas de Introdução ao Estudo do Direito, logo no 1º ano da faculdade. Foi-me dito pelo Professor que só deveríamos falar sobre os assuntos se tivéssemos conhecimento dos seus factos.

Tenho uma certeza quase absoluta que o referido advogado não conhece, nem de perto nem de longe, quais os factos já carreados para o inquérito, assim como eu não os conheço, pois se os conhecesse teria havido uma clara violação do tão famoso segredo de justiça.

Paralelamente, é minha opinião que o Ministério Público não necessita, na esmagadora maioria das vezes, de indicações, sugestões ou orientações de terceiros estranhos, quanto à forma como há-de dirigir o inquérito, pelo que todas as afirmações que essas pessoas possam proferir, e tentando ser simpático, poderão ser qualificadas como inoportunas.

Quanto à questão colateral do segredo de justiça, e apesar de fazer as minhas apreciações, sugiro a leitura deste post e dos respectivos comentários.

Assim, muita gente está chocada com o facto de imperar o segredo de justiça nesta situação. Para o bem e para o mal, a lei exige que, e quando qualquer inquérito seja aberto pelo Ministério Público esteja desde logo sujeito a esta figura jurídica, seja por razões de privacidade, de protecção da intimidade do arguido, do queixoso, das testemunhas, das provas. Whatever...

O que importa esclarecer é que ele vigora, e ponto final. Outra questão é saber se ele é cumprido, e parece-me que nesta situação está, para grande tristeza e desespero da curiosidade mórbida e hipócrita dos jornalistas, sejam eles portugueses, ingleses ou de qualquer outra nacionalidade, assim como para o comum dos mortais, os quais não percebem que não se pode falar das diligências probatórias já realizadas ou a realizar, dos factos já apurados. No entanto, julgo que nada impediria a Polícia ou o Ministério Público de darem alguns esclarecimentos quanto o andamento do processo.

Quanto à questão colateral da actuação da Polícia, existem acusações de falta de acção por parte das várias forças empenhadas na investigação por parte dos tablóides ingleses (os equivalentes a esse jornal português de grande qualidade que responde pelo nome de 24 Horas), assim como por outros cidadãos ingleses.

Ora, confundir a dita acção pouco visível da Polícia com a falta de informações que esta entidade possa prestar, é passar um atestado de incompetência a todos nós. Com certeza que a Polícia Inglesa forneceu aos jornalistas ingleses informação detalhada sobre o processo relativo aos atentados em Londres ou sobre o assassínio de um cidadão brasileiro no metro londrino por ter sido confundido com um terrorista. Então neste último caso é que a polícia daria toda a informação para então se apurar que tinha havido uma falha clamorosa da parte dela...

Portanto, os jornalistas ingleses não se armem virgens ofendidas porque todos temos as nossas limitações. Eles os erros clamorosos e mortes ditas "acidentais", e nós o segredo de justiça. Mal ou bem, prefiro o segredo de justiça, ele não se engana e não tira vida a pessoas, por engano.

Por fim, e quero acreditar que sim, importa referir que todas as entidades envolvidas, incluindo o povo daquela localidade, estão a dar o melhor para encontrar o mais rapidamente possível a criança.

Truth is stranger than fiction

A fazer fé nas palavras do Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Rogério Alves, citadas pelo Jornal de Negócios, é referido que, e "Num quadro de crise acentuada e numa época de enormes transformações estruturais e legislativas nas áreas da organização e administração da justiça, iremos, uma vez mais, cumprir o desígnio que nos anima há 80 anos, de baluartes incansáveis do Estado de Direito.".

Ora, e no plano teórico dos princípios, não poderei concordar mais com esta afirmação.

Todavia, e agora na prática, só quem anda nesta vida é que se apercebe das dificuldades com que nos deparamos diariamente. Sejam Tribunais em condições degradadíssimas, material que não funciona, os atrasos incompreensíveis na administração da justiça, as reformas sobre reformas, a produção legislativa interminável, falta de solidariedade entre todos os intervenientes na administração da justiça, não obstante alguns exemplos louváveis de dedicação extrema à causa da administração da Justiça em Portugal, seja por parte dos Advogados, dos Funcionários Judiciais ou dos restantes intervenientes.

terça-feira, 8 de maio de 2007

I'm immortal

Woody Allen afirmou que “não quer alcançar a imortalidade pelo meu trabalho. Quero alcançá-la não morrendo”.

Well Mr. Woody Allen, I’m already immortal and I will be forever young. Not because of my work, but simply because I’m just me.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Gozar com os outros é feio...

"Sou engenheiro civil, e inscrito na Ordem dos Engenheiros", disse hoje o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, durante a conferência de abertura do II Congresso do Oeste, onde fazia a defesa da localização do novo aeroporto de Lisboa na Ota.

"O raciocínio é: o terreno é mais plano, pelo que há menor movimentação de terras. Penso que este raciocínio não é sério e digo-o invocando a minha qualidade de engenheiro civil", disse Mário Lino.

Interrompendo a leitura do seu discurso escrito, o ministro levantou os olhos, apontou o dedo ao público e, sorrindo, acrescentou: "Inscrito na Ordem dos Engenheiros", frase que motivou uma gargalhada geral dos cerca de 500 participantes presentes.

Após a reacção da plateia, o ministro sorriu e continuou a sua intervenção.

Gozar com o mal dos outros é mau e muito feio, mas quando se goza com o mal do próprio chefe ultrapassa-se todos os limites. Mas lá que sabe bem, sabe...

Desculpe, importa-se de repetir?!?!?!

A fazer fé nas declarações proferidas por José Sá Fernandes, Vereador eleito pelo BE para a Câmara Municipal de Lisboa, as quais rezam da seguinte forma na revista "Visão": "(...). À crise financeira, política e de credibilidade, Carmona Rodrigues e Marques Mendes preparam-se para acrescentar uma outra: a crise democrática. O plano de recurso que o PSD começa a implementar, no sentido de promover Marina Ferreira a presidente, é um golpe palaciano que subverte a legitmidade e a democraticidade do actual executivo.".

Desculpe, mas importa-se de repetir esta afirmação?!?!?!

Já agora o que dizer do "golpe de estado constitucional" promovido pelo então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, ao esperar que o líder do PS na altura, Ferro Rodrigues saísse da liderança do referido partido, completamente queimado pelo caso Casa Pia, e ascendesse ao cargo de Secretário-Geral do PS o actual Primeiro-Ministro, para, e só nessa altura ter só aí demitido o Dr. Pedro Santana Lopes.

Esse "pequeno pormenor" deve ser completamente irrelevante para o Vereador, e além disso qual é o sentido de fazer eleições intercalares apenas para a Presidência da Câmara Municipal e não fazer para a Assembleia Municipal, mas isso ainda nos irão explicar...